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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Ninguém escapa do devaneio. Dessa vez foram no Francischini #POLITICA

(Luiz AM Wood – Colaborador) -

Sinceramente, pra mim, esse caso Cachoeira vem se apresentando muito mais como comédia palestão do que como assunto de importância à já capenga república democrática brasileira.

A história é longa e começa em passado distante, quando o bicheiro se envolveu com o Waldomiro Diniz, que era próximo ao ex-ministro José Dirceu. O tempo passou e agora o notável representante do jogo do bicho reaparece, em investigação da PF, dessa vez como amigo do senador Demóstenes, um tragicômico oposicionista do governo e do PT. Não escondo que tentei defender o senador, ainda que ele não tenha colaborado muito, mas não deixo de acreditar que o final do pastelão terminará em pizza.

Comentar sobre o incestuoso caso, entre Cachoeira e Demóstenes, já pode ser considerado ‘chover no molhado’, diante de tantas opiniões, reportagens e textos espalhados pela internet. Não vale mais como informação relevante e se espera, agora,  quais serão os argumentos de defesa do nobre senador.

Vamos falar sobre a matéria mostrada no JN, na qual surge o deputado tucano, Fernando Francischini, outro oposicionista de primeira hora, mas nem de perto comparado com a ficha do senador de Goiás. Aliás, comentei no Twitter que a ‘operação mãos sujas’ poderia chegar no deputado e também no senador Álvaro Dias. E no primeiro chegou, restando ao segundo colocar as barbas de molho.

Segundo a reportagem do JN, a PF interceptou ligações telefônicas em que aparece o nome do deputado como sendo um dos políticos ‘vigiados’ pela turma do Cachoeira. De acordo com  a mesma PF, os amigos do bicheiro interceptaram e-mails do deputado, nos quais ele se preocupava em falar com um  “rapaz lá do meio ambiente”. De resto, mais nada.

Por que mais nada? Por não ter mais nada ou não haver interesse em mostrar? Talvez por não ter; talvez por ter, mas aí, com o complemento a cargo de quem assistiu a matéria, pode-se criar a insinuação, a dúvida, a pergunta: qual o interesse do deputado com aquele "rapaz lá do meio ambiente"? Sutilezas bem conhecidas de quem sabe e conhece o poder das entrelinhas.

Com essa simples frase, quem passa a ser questionado é o deputado, até então vítima, mas repentinamente também suspeito porque mostrou interesse em pessoa ligada ao meio ambiente, um assunto em destaque atualmente devido ao Código Florestal. E todos sabem que o deputado não concorda com certas teorias radicais do novo Código e também porque defende o pequeno produtor de possíveis penas advindas da nova legislação sobre o tema. Entretando, o próprio deputado afastou qualquer possibilidade ao afirmar que sua preocupação era informações sobre uma fazenda. 

Quando Francischini citou que seu estava direcionado para uma fazenda, muitos podem ter pensado que se tratava da Fazenda Gama, citada na Operação Monte Carlo, mas não se trata dela. Na verdade, a preocupação do tucano é com a Fazenda Salvia, aquela de onde foram expulsas 70 famílias ‘campesinas’, recentemente. Pra quem não sabe, a Fazenda Salvia é um latifúndio da União, localizado próximo de Brasília, e que tem despertado poderosos interesses da especulação imobiliária que caminha junto com políticos importantes. Portanto, calar ou levantar suspeitas sobre envolvimento do deputado Francischini com ‘aquele rapaz do meio ambiente’, apontando para outra direção, que não a verdadeira, faz parte do plano de descaracterização e lançar dúvidas sobre quem incomoda. Sem esquecer que o deputado do PSDB-PR é um ferrenho opositor do governador do DF, o comunista Agnelo Queiroz.

Francischini, tranqüilo e sem pressa, registrou no Twitter que não tem telhado de vidro e vai continuar sua batalha contra a corrupção, inclusive no DF. Aliás, quanto a isso, o cargo lhe confere esse poder, uma vez que deputado federal deve ter interesse, também,  em questões nacionais e não apenas no estado por onde foi eleito. Portanto, a fazenda Salvia continuará sendo de seu interesse, agora junto com a abertura da CPI do Cachoeira. Aos que tentaram envolve-lo na Operação Monte Carlo, seja por meio de interceptação de e-mails ou por insinuações, um consolo: o tiro, dessa vez, foi só no pé.

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