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domingo, 22 de abril de 2012

Relembrando o Passado: Um PT com ficha suja na polícia #POLITICA #CORRUPCAO


Prefeito é preso por corrupção e governador
é cassado, mas o partido não se constrange

Malu Gaspar

 
Joedson Alves/AE
FLAMARION PORTELA
EX-GOVERNADOR DE RORAIMA
• Abuso do poder político e econômico
na campanha eleitoral
• Crimes contra a administração pública
• Crimes contra as finanças públicas
• Crime contra o patrimônio,
estelionato e peculato

Fontes: TSE e STJ

O prefeito de Macapá, João Henrique Pimentel, é um neopetista com pedigree. Reelegeu-se prefeito em outubro, disputando pelo PT pela primeira vez, mas seu currículo traz a informação de que participou da fundação do partido no Pará. Na semana passada, ele foi preso, acusado, entre outras coisas, de participar de um curioso esquema de manipulação de licitações públicas que beneficiava empreiteiras. Como está virando rotina no combate à corrupção, foi flagrado pela boca em grampos telefônicos autorizados judicialmente. O prefeito aparece em diálogos combinando com empresários detalhes para a confecção de editais e pedindo dinheiro. Segundo a Polícia Federal, a intimidade entre Pimentel e alguns empresários era tamanha que ele chega a ofertar a um deles seu carro com defeitos. Conseguiu fazer um negócio ainda melhor. "Você anda detonando a gente, mas eu pago!", afirma na gravação o empresário Luiz Eduardo Pinheiro Corrêa, dono da Método Norte Engenharia. O carro estragado, como ele diz nas conversas, não só foi comprado pelo empresário como o prefeito ainda ganhou outro novinho, retirado diretamente da concessionária do interlocutor.
Desde que assumiu o poder, o PT está sendo obrigado a conviver com o que passou a vida toda denunciando. Petista preso por corrupção, além de não ser nenhuma novidade, nem enrubesce mais os dirigentes. "Ele me garante que é inocente. Então vamos esperar um pouco", pondera o presidente do partido, José Genoíno. Ao saber que tivera a prisão decretada, João Henrique ligou para Genoíno e foi aconselhado a se apresentar à polícia. A PF informa que o prefeito de Macapá ajudou a fraudar obras e desviar recursos em pelo menos três casos: na construção de um hospital para cancerosos, na construção de uma creche e na recuperação de um canal. As três obras estão sendo realizadas pela mesma empreiteira, a Método Norte, que possuiu outros dezesseis contratos investigados no estado. Juntos eles somam 30 milhões de reais. Horas depois da prisão de João Henrique, o Tribunal Superior Eleitoral cassou em definitivo o mandato do governador de Roraima, Flamarion Portela, outro neopetista. Ele foi condenado por usar a máquina pública para fins eleitorais. 

Sem mandato, a vida do ex-governador tende a se complicar. Flamarion é apontado pela Polícia Federal como um dos líderes de um descarado esquema de desvio de dinheiro público em Roraima, que ficou conhecido como o escândalo dos gafanhotos. A fraude começou quando Flamarion era vice-governador e pertencia a um tal Partido Social Liberal, e continuou até depois de sua posse como governador eleito, em 2003, já filiado ao PT. Mais de 5 000 servidores fantasmas foram contratados nesse período. Esses servidores cediam, por procuração, seus salários a deputados e pessoas ligadas ao governo. As investigações da PF mostram que Flamarion se beneficiava politicamente do esquema, que conhecia em detalhes. O golpe foi descoberto no fim do ano passado. Indiciado por crime contra as finanças públicas, estelionato e peculato, o neopetista pediu licença do partido. "Temos de estar preparados para que existam filiados sendo presos ou acusados de crimes", disse José Genoíno. "Se algum filiado estiver envolvido, tomaremos as providências."

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