As circunstâncias de um encontro entre o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o
Carlinhos Cachoeira, e o senador Roberto Requião (PMDB) ampliaram ontem a
discussão entre grupos políticos sobre a influência do grupo do contraventor no
Paraná. Requião admitiu ter recebido Cachoeira durante seu primeiro mandato como
senador (1995-2002). Já o governador Beto Richa (PSDB) afirmou que a reunião
entre o hoje senador e o bicheiro ocorreu no Palácio Iguaçu em janeiro de 2003,
primeiro mês do segundo mandato de Requião como governador (2003-2007).
Nesta semana, Requião usou duas vezes o plenário do Senado para atacar Richa
e pedir a convocação do atual governador para prestar esclarecimentos sobre o
assunto na CPMI. Sobre o encontro com Cachoeira, afirmou que tratou o bicheiro
com rispidez. “Eu lhe disse [para Cachoeira]: companheiro, você fez muito bem de
vir até aqui. Pois eu quero conhecer o canalha que eu quero pôr na cadeia. E pus
ele para fora do gabinete”, descreveu Requião.
Na versão de Richa, Requião tem tentado fazer uma manobra política para
tirar o foco da discussão das relações entre ele, senador, e Cachoeira. “Ao
tentar se antecipar à própria crise, ele tentou jogar o problema no meu colo. O
Paraná espera por explicações sobre esse encontro do senador Requião com o
Cachoeira.”
Segundo Richa, também é necessário esclarecer porque Requião manteve válido
por quase um ano e meio (entre 2003 e 2004) o contrato entre o estado e a
Larami, que tem Coppola como sócio e Cachoeira como administrador. Ontem, o
presidente da Assembleia Legislativa, Valdir Rossoni (PSDB), lembrou que
apresentou, em 2004, um requerimento de informações sobre a reunião no Palácio
Iguaçu. “Meu pedido foi derrubado em plenário por forças dos aliados do Requião.
Só isso já mostra que houve a reunião”, disse Rossoni.
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