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sábado, 14 de abril de 2012

Deputado admite que sabia de contravenções de Cachoeira #POLITICA

'Se falar que não tinha conhecimento que mexia com jogo é hipócrita', diz Leréia
Tucano afirma que 'maquininhas no Brasil são pra roubar mesmo', mas que empresário tinha dinheiro legal
Gustavo Lima - 7.dez.11/Divulgação
Deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que diz que continuará amigo de Cachoeira
Deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que diz que continuará amigo de Cachoeira






ANDREZA MATAIS
CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA

Amigo de Carlos Cachoeira há 25 anos, o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) disse à Folha que tinha conhecimento do envolvimento do empresário com contravenção.
"Se eu falar para você que não tinha conhecimento de que ele mexia com jogo seria hipócrita", disse.
Leréia é um dos três deputados que serão investigados por envolvimento com o empresário, o que pode levar à cassação. A aliados, admite a possibilidade de renunciar.
Cachoeira, apelido de Carlos Augusto Ramos, é apontado pela PF como líder de um esquema de corrupção baseado em seu grupo, cuja atividade primária é o jogo ilegal -que é uma contravenção penal, que difere de crime por ter penas mais leves em caso de condenação.
Trechos de diálogos gravados pela PF mostram que Leréia cobrou de Wladimir Garcez, um dos principais operadores de Cachoeira, depósito de dinheiro em uma conta.

Folha - O senhor tinha conhecimento do envolvimento de Cachoeira com contravenção ou foi surpreendido?
Carlos Alberto Leréia - Ah, se eu falar para você que não tinha conhecimento de que ele mexia com jogo é hipócrita, eu não posso nem falar. Ele mexia com jogo. Agora, como é o meandro desse jogo aí não sei te falar.
Eu nunca joguei em cassino. Eu gosto é de baralho. O Fernando Henrique gosta [de baralho, no caso, pôquer], o Ronaldinho. Nunca joguei bingo, jogo do bicho, agora baralho eu gosto.
O fato de o senhor ser um homem público e saber que ele tinha negócios ilegais não era motivo para romper a relação?
De maneira nenhuma, pelo contrário. Mesmo quando ele sair da cadeia eu continuarei amigo dele. Tenho pessoas da minha família que já erraram, não deixaram de ser parentes meus. Amigo que já errou não deixa de ser amigo.



De onde vinha o dinheiro do Cachoeira?
Esse negócio de dizer que o Carlinhos só mexeu com dinheiro ilegal, isso é uma grande aberração. Pode até ter uma parte ai, mas tinha também muito dinheiro legal -e dinheiro grande.



Não era do jogo que vinha a maior parte do dinheiro?
Tem esses contratos com empreiteiras. Tem que fazer um levantamento.



Cachoeira tinha máquinas caça-níquel.
Essas maquininhas no Brasil são para roubar mesmo. Agora, se tiver o controle do governo, bota o chip da Receita, ai a aposta é aleatória.



Defende que ele seja solto?
A vida dele foi grampeada nos últimos anos, tá tudo lá. Eles [PF] já sabem quem é quem. Não prejudicaria nada soltá-lo. É uma pessoa boa.
Não tem envolvimento com tráfico de droga, com assassinato, essa parte não tem. O que tem aí é contravenção.



O senhor tem um avião em sociedade com Cachoeira?
Eu tenho uma parte de um avião pequeno que era em sociedade com o irmão dele. Não é jato, não. Se fosse jato eu não daria conta, aí você poderia saber que era rolo.



Acha que o governo tem que se preocupar com essa CPI?
Eu não vou dizer quem fez coisa errada. A investigação já sabe quem é quem. E vai ter desdobramento.



O senhor sabia da relação do senador Demóstenes Torres (ex-DEM) com Cachoeira?
Eu sabia que ele e o Demóstenes tinham amizade, mas não sabia que tinha algum tipo de negócio.
O Carlinhos adora política. Por isso ele conseguiu fazer tantas relações com tantas pessoas.

Fonte:  Folha


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